Apesar da Análise de Pontos de Função não ser, nem de longe, uma novidade, ainda hoje é muito comum entendimentos equivocados sobre sua aplicação. Consequentemente, se perde ou deixa-se de ganhar dinheiro, se desmotiva a equipe e se promove desperdício.

Por exemplo, vemos:

  • Fábricas de software querendo usar APF para medir o esforço individual, o que promove insatisfação dos desenvolvedores.
  • Investimento em documentação extensiva além do necessário para medição na esperança disso aumentar a contagem. Assim como o fenômeno inverso onde o que importa para uma medição correta simplesmente não é respondido em nenhum lugar.
  • Visão de implementação no atendimento de demandas de manutenção, cujo escopo funcional não é identificado e; portanto, ignorado na medição.

Esse papo, muito mais que uma entrevista, teve o objetivo de compartilhar a experiência de campo ao apoiar empresas nessa situação a se recuperar de contratos deficitários ou, melhor, ao evitar e prevenir que isso aconteça.

Produtos da medição e o seu papel no desperdício e na perda de receita

  • Medição com fragmentos de uma função mapeados para uma função e o inverso, o escopo da medição deveria incluir várias funções e apenas uma é medida.
  • Mapeamento equivocado de funções do usuário com base em decisões de projeto e implementação e falta de um vínculo com os requisitos funcionais.

Insumos para medição e sua a dinâmica para o desperdício

  • Falta de referências permitindo depreender uma visão funcional do software; ou seja, uma visão sobre como o software se insere nos fluxos operacionais do negócio em termos das tarefas e serviços de seus usuário.
  • Ainda que sejam referências de qualidade para determinados fins, não permite avaliar quais decisões no desenvolvimento do software são relativas ao projeto e implementação e quais se originam em como o negócio estrutura seus processos.
  • Ou seja, percebe-se uma visão de “métodos e classes” e não uma visão de requisitos funcionais e não funcionais, que permita avaliar os objetivos de governança corporativa.

Primeiros passos em direção à solução

  • Adotar a verificação dos insumos para medição com objetivo de evitar o desperdício potencial antes dele se concretizar.
  • Usar uma medição prévia, não necessariamente detalhada, com o propósito de aperfeiçoar os registros do desenvolvimento de maneira a permitir uma visão de requisitos, funcionais e não funcionais.
  • Em resumo, ser pró ativo na busca dos registros que permitam avaliar o desenvolvimento em termos dos objetivos de desempenho operacional ao invés de reativo, quando não é mais possível reverter a perda de receitas ou comprometer o relacionamento com o cliente.