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Low Code: Relatos de produtividade

As fronteiras do Low Code

A gente percebe que, inicialmente, o desenvolvimento com ferramenta Low-Code promove um entusiasmo enorme em função da velocidade ou produtividade com que se consegue entregar software funcionando. Agora, esse entusiasmo tende a se tornar frustração quando se começa a utilizar as mesmas ferramentas, porém em um outro contexto.

Alicate ou martelo

Para ajudar a estabelecer diferentes categorias, que resumem esses diferentes contextos de uso, o Gartner criou um esquema de classificação com 4 diferentes categorias. Cada categoria é definida em termos da Complexidade da Aplicação e da Criticidade do Negócio.

Complexidade de aplicação

Quanto a complexidade da aplicação, ele estabelece 4 degraus, começando pelas transações de manutenção de cadastros – os CRUDs para Incluir, Consultar, Alterar e Excluir registros de maneira simples em um único arquivo. Em seguida em um maior grau de complexidade, o controle da progressão de Fluxos de Trabalho ou Workflows. Em terceiro lugar, a Automação de atividades anteriormente manuais. E, por fim, o desenvolvimento que extrai funções de várias aplicações existentes para criar uma nova aplicação por composição.

Criticidade de negócio

Quanto à criticidade do negócio ele também estabelece 4 degraus, começando por aplicações de uso Individual, de Grupos de Trabalho, Departamentos e a Empresa como um todo.

Produtividade na Zona Segura

O espaço no qual se consegue obter aqueles níveis de produtividades altíssimos está no desenvolvimento de aplicação Individual ou de Grupos de Trabalho para manutenção de cadastros (CRUDs) ou Workflows. Adicionalmente, também se considera como parte dessa Zona Segura para o desenvolvimento Low-Code automações, que não sejam mais complexas, as aplicações individuais.

O termo “produtividade altíssima” é muito subjetivo. Mas eu posso adiantar, que tornar um pouco mais objetivo em termos de taxas de entregas expressas em horas por ponto de função ou produtividade em termos de pontos de função por homem mês será assunto de um próximo post.

Produtividade na Zona Suportada

A variabilidade na produtividade com desenvolvimento Low-Code começa a avançar quando se inclui o desenvolvimento além dessa Zona Segura no esquema de classificação do Gartner. A próxima categoria é denominada Zona Suportada. Nela, começam a surgir necessidades de maior nível de atividade relacionada à governança. E isso promove o maior investimento de esforço para obter os mesmos resultados em termos de software funcionando. Por exemplo, já se torna necessário avaliar se uma mudança é um defeito ou uma melhoria, já se torna necessário prestar contas sobre o esforço investido, já se torna necessário envolver mais pessoas e assim por diante. Na Zona Suportada, temos maior grau de requisitos de automação e, mesmo no caso da manutenção cadastral, um público mais amplo incluindo aplicações departamentais.

Como o mesmo objetivo de tornar menos subjetivos os impactos dessas mudanças no próximo post vamos comentar sobre referências em termos da taxa de entrega em horas por pontos de função e da produtividade em termos de Pontos de Função por Homem-Mês. A FATTO conduziu dois estudos nesse espaço em um ambiente OutSystems e no ambiente Oracle APEX.

Produtividade na Zona de Perigo

A terceira Zona no esquema de classificação do Gartner tem um nome bem peculiar e se chama “Zona de Perigo”. Ela consiste em manutenção cadastral simples, mas em um nível corporativo, automação de maior complexidade em um nível departamental e aplicações por composição, mesmo em aplicações individuais ou para grupos de trabalho. A FATTO não dispõe de dados especificamente nesta área. No entanto, podem compartilhar sem citar nomes dos casos de desenvolvimento nessa zona de perigo e nos quais a produtividade alvo está bem aquém do verificado no Zona Segura ou na Zona de Suporte. De maneira empírica, temos produtividades próximas ao desenvolvimento usando linguagens como o Java no mesmo contexto.

Conclusão

A produtividade do desenvolvimento é um dos fatores, que devem ser considerados ao optar pelo desenvolvimento Low-Code. Mas não o único. Abordamos alguns insights sobre produtividade em 03 das 04 zonas propostas pelo Gartner quando ao contexto da utilização de ferramentas de desenvolvimento Low-Code e, por motivos óbvios, não abordamos o espaço denominado Zona Além dos Limites. Em nosso próximo post, vamos abordar alguns resultados quantitativos para complementar a informação, que apresentamos aqui hoje.

Obrigado e vamos nos vendo conforme avançamos por aqui.